terça-feira, 31 de março de 2009

Nada fica no lugar na vida de um bipolar...


Por ter total consciência de ser bipolar, ainda que em grau leve, fiz análise por um tempo. Mas acabei largando por falta de tempo e economia. (Terapias são caras...)
Meu tipo de bipolaridade é a ciclotimia, onde há uma alteração crônica e flutuante do humor, marcada por numerosos períodos com sintomas eufóricos e numerosos períodos com sintomas depressivos, que se alternariam. São momentos de altos e baixos intensos e rápidos, oscilações de humor muito frequentes.
É preciso sangue frio para reconhecer o quanto à bipolaridade atrapalha a vida. (Só quem tem sabe...) É um transtorno sutil, não apresenta sintomas claros como a esquizofrenia ou a depressão. É difícil para o próprio portador perceber que algo está em desequilíbrio. Aí, amigos são afastados, empregos largados e relacionamentos desfeitos... Nada fica no lugar na vida de um bipolar...
Hoje a sincronicidade (isso fica pra outra postagem) se fez presente e por "coincidência", um amigo conversou comigo sobre a bipolaridade. Lembrei como sofri nas últimas semanas, como minhas alterações de humor acarretaram discussões e ansiedades desnecessárias. Veio o insight de que preciso fazer algo... Resolvi ler mais sobre o assunto e decidi voltar a fazer análise. Creio que o investimento valerá à pena...




BIPOLARIDADE:

Trata-se da um transtorno mental em que o humor assume autonomia, deixando de responder adequadamente ao que seria esperado, com variações diversas como euforia, agitação, aumento de energia, agressividade, ansiedade, explosividade, aumento de riscos e gastos, impulsividade e distração, entre outros sintomas do pólo positivo ou "para cima", que se alternam ou se mesclam com apatia, desânimo, tristeza, ansiedade e falta de prazer do pólo negativo ou depressivo.

Segundo o psiquiatra e pesquisador em neurociências Diogo Lara, há quatro tipos de bipolaridade, além da chamada ciclotimia e da depressão unipolar. O site mantido por Lara (www.bipolaridade.com.br) informa que "a bipolaridade do humor pode se manifestar em diversos graus, representados numa classificação do mais grave ao mais brando". E destaca: "o temperamento impulsivo, dinâmico, curioso e intenso emocionalmente tende a ser comum a todos".

Tipo I
É a forma mais intensa de bipolaridade, por apresentar fases de mania plena, com conseqüências maiores e franca alteração do humor. Também ocorrem fases de hipomania (distúrbio de humor que se assemelha à mania, mas se manifesta de forma menos intensa).

Tipo II
É uma forma de bipolaridade com fases de hipomania, conseqüências e clara alteração de humor, mas não tão intensa quanto a do tipo I, que tem mania plena. Tende a ter oscilações mais breves, mas que freqüentemente evoluem para quadros mistos (humor turbulento).

Tipo III
É semelhante ao tipo II, mas o quadro de hipomania ou até mania acontece só com uso de antidepressivos ou psicoestimulantes. No entanto, o temperamento da pessoa tende a ser mais forte e dinâmico (hipertímico) e pode voltar a ter elevações espontâneas do humor mais tarde.

Tipo IV
São pessoas com temperamento mais arrojado, empreendedor, jovial e expansivo, que passam a ter o humor mais turbulento e depressivo na meia-idade. Com freqüência aumentam o consumo de álcool para tentar reduzir a sensação de turbulência, até iniciarem o tratamento adequado com estabilizador de humor.

Ciclotimia
É um humor oscilante e desregulado, com sintomas de humor elevado e depressivo, mas que não chegam a configurar fases marcadas de hipomania ou depressão.

Depressão unipolar
Trata-se de uma queda de humor, em geral mais gradual (semanas e meses) e relacionada com eventos estressores que a pessoa tem vivenciado. O antidepressivo restabelece o humor em algumas semanas sem causar execessos de humor na direção da mania.