sexta-feira, 26 de junho de 2009

Inferno Astral


Hoje tive certeza de que existe inferno astral.

Sexta-feira, saio do trabalho, vou para análise, encontro uns amigos de infância no caminho, volto pra casa com a certeza de um dia tranquilo. Planejava chegar em casa, tirar um cochilo, ir pra academia, coisas de dia tranquilo.


Me incomodavam um pouco, os indícios de menstruação chegando, mas nem a dor de cabeça leve me tirava a certeza de um dia tranquilo.


Então cheguei no prédio bem humorada, até que o infeliz do porteiro me disse com um riso tenso que tinha cortado minha luz. Eu ri, sem acreditar, achando que era uma pegadinha para desestabilizar meu dia tranquilo. Não era. O imbecil do porteiro continuou sacudindo o maldito papel da cobrança.

Nem subi o elevador, fui para a casa da tia vizinha e verifiquei pela internet que realmente tinha esquecido de pagar a conta de maio. E o pior é que na conta de junho não veio nenhum aviso de débito. Às seis e meia, liguei pra Lig
ht e informei o pagamento. Foi quando tive certeza de que o dia não era tranquilo e que inferno astral existe. Fui informada que a religação seria feita num prazo de 48 horas.

Com a ajuda de uma vela perfumada, esvaziei a geladeira e levei tudo pra casa da minha tia e fui pra casa do meu namorado. Não sem antes xingar o porteiro de idiota e outras coisas mais.

Vamos combinar que não se deve permitir isso em uma sexta-feira sem que o morador esteja ciente. Vamos combinar também que energia é serviço essencial e que não pode ser cortado sem prévio aviso, mesmo em caso de inadimplência. (Mas isso é caso de se pensar depois. Quem sabe entro com ação...).

Mas vamos combinar mesmo que dias tranquilos não combinam com inferno astral
.




O que é inferno astral?

Roberta Tótora - Editora do site Porto do Céu


O período conhecido popularmente como "Inferno Astral" é o mês que antecede o aniversário de alguém. Nesta época, muitas pessoas acreditam viver momentos de angústia, depressão ou até mesmo azar, atribuindo as turbulências a alguma configuração astrológica misteriosa. Será que ela realmente existe e é mesmo inevitável?

Existem algumas explicações para entender estes trinta dias temidos antes da inauguração de uma nova idade. O aniversário nada mais é do que o marco de um novo ciclo solar na vida de uma pessoa, ou seja, o Sol passa pelo mesmo ponto do Zodíaco que estava quando ela nasceu, sinalizando uma nova etapa para a sua consciência. Os dias que antecedem esta renovação são exatamente os últimos do ciclo anterior que a consciência vinha atravessando.

Cid de Oliveira lembra que os ciclos representam na Astrologia os estágios de todo e qualquer processo de desenvolvimento e que "o final de um ciclo" se caracteriza por ter uma qualidade de tempo marcada pela agitação, mudança, instabilidade e desordem, somadas à insegurança em relação ao futuro que está por vir. "Isto acontece porque é no final do ciclo que se esgo
tam as possibilidades de expressão existentes no seu início e manifestam-se os resíduos responsáveis por sua dissolução. Em suma, o tempo que antecede imediatamente o final de qualquer ciclo caracteriza-se pela desordem e pela inversão dos valores admitidos no seu início", explica.

Pela técnica da revolução solar, cada mês do ano, a contar a partir da data do aniversário, corresponde a uma determinada casa astrológica ou setor prático da vida de uma pessoa que estará sendo vivido mais intensamente. Assim, no primeiro mês a partir do aniversário, vive-se de forma enfática a casa 1: a pessoa fica mais centrada em si mesma e em seu comportamento. O décimo segundo e último mês do ano corresponde à casa 12, trecho do mapa que analisa os sacrifícios e doações que uma pessoa deve fazer aos outros, sem
esperar recompensas para isto.

Segundo o astrólogo Eduardo Maia, o "Inferno Astral" só acontece quando não percebemos que precisamos sair do palco para contemplar mais o mundo e nos desapegarmos, em benefício daqueles que precisam de uma ajuda emocional ou prática. "É um período de ser instrumento para o bem dos outros e não estar tão preocupado com causas próprias", afirma. Como isto geralmente não acontece, vem a angústia, o vazio e a sensação de desorientação.

Apesar de não ser uma força misteriosa desenfreada como muitos imaginam, existem explicações simbólicas consistentes para a crise do último mês de uma idade, mas isto não significa que acontecerão apenas coisas negativas na vida de alguém ou que seja impossível lidar bem com este período de transição. Todos têm livre-arbítrio e podem, ainda mais compreendendo o ciclo no qual estão inseridos, dedicarem este momento à reflexão e avaliação da etapa terminada, preparando-se sem tantos atropelos para a próxima.